Paulina Chiziane nasceu em 1955, em Manjacaze, província de Gaza, Sul de Moçambique. Depois de publicar alguns contos na imprensa, estreou com A balada do amor ao vento (1990). Em 2003 recebeu o prêmio José Caveirinha, pelo livro Niketche: uma história de poligamia. Em sua juventude foi grande entusiasta e ativista da revolução moçambicana liderada pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Atualmente, Chiziane tem debatido sobre a questão de resguardar a memória e história de Moçambique para evitar o que ela chama de “colonização das mentes”.
Além de mergulhar na história de Moçambique a partir da obra de Paulina Chiziane, o curso também vai traçar um breve panorama das revoluções africanas e seu legado. Bem como trazer alguns autores das Ciências Sociais que estão discutindo temas como as novas formas de colonização e o embate religioso: matriz africana e igrejas neopentecostais.
Sejam em obras literárias ou acadêmicas, o acesso às culturas africanas, quase sempre, é a partir da perspectiva ocidental. Em outras áreas da cultura não é diferente, por exemplo, no cinema e no jornalismo. Acontece que, geralmente estas narrativas são carregadas de vozes colonizadoras que acabam por silenciar e interpretar as histórias que, de fato, aconteceram e acontecem na África. Outro senso comum é que geralmente quando se fala em África temos três símbolos: Aids, guerra e fome. É preciso romper com esta narrativa.